sexta-feira, 24 de julho de 2009

A JANELA

A janela durante séculos, sempre foi o símbolo da alegria, da liberdade, do sapatinho a espera do papai noel em noites de natal.
Quem não se lembra do fim de tarde,quando corríamos para a janela para ver o sol se por; a brisa que sempre amenizou as noites de verão, as cortinas esvoaçantes; e os namorados nas calcadas?, quem não se lembra?
Ela sempre foi o símbolo da receptividade, da abertura, da entrada de luz, representando a sensibilidade para as coisas externas.
O mundo la fora:
Quantas vezes olhamos a chuva através dela, ou o jardim anunciando a chegada da primavera?
O jardim que sempre representou a perfeição, a ordem cósmica, o desenvolvimento espiritual elevado.O símbolo do paraíso, tanto na terra como no céu.
E agora?
As mãos soltas no abismo, que não possui nem começo e nem fim,nos levando aos limites desconhecidos, a infância e a morte, o mistério, enfim tudo que permanece obscuro em nossa mente.
Em quase todos os Contos de Fadas, existe sempre uma janela:
Pequena Sereia, Cachinhos de Ouro, Branca de Neve, Rapunzel, e tantos outros.
Quem vai a Salvador, encontra com janelas coloridas, uma a uma no tão belo Pelourinho.
AH! uma Janela, não e apenas uma janela, e o símbolo cantado em verso e prova dos poetas e escritores, mantendo-se ate hoje vivo no inconsciente coletivo.
E,diante do tão Antigo:
Nesse momento de perda de valores, de paradigmas e de amores, a janela esta sendo alvo de tantas tragédias, desconfigurando sua beleza e a nossa alma.
A cada momento em que ouvimos falar "A Janela", estamos nos remetendo a morte, a dor e ao sofrimento.
Mudam-se os valores da sociedade,comprome-te os mitos e símbolos que sempre nos encantaram.
As cores parecem que se transformam em um vermelho pálido, de um sangue inocente derramado.
E, ai a Saudades Chega...
As janelas nos fazia enxergar a dimensão do horizonte, o céu, as estrelas, o sol e as nuvens. Sentimentos muito românticos perdidos no mundo cruel
que esta deixando nossa vida pequena demais, espremida demais, feia demais!.
Precisamos resgatar nossos símbolos, nossos valores e nossos mitos, elementos primários da existência humana tão desumanizada!.
O que dizer diante de tudo isso, a respeito das janelas dos nossos olhos, da nossa alma, a janela dos nossos amores e da nossa vida?
Silenciosamente estão se fechando, deixando distante a essência da nossa ingenuidade-criança.
Cada janela que se fecha, deixa para fora feridas dificies de cicatrizar e a certeza de um amor roubado.
Entre dores e amores..
a busca da janela perdida, na esperança que ela se abra lentamente, e que o raio de luz nos indique a direcao, para irmos ao encontro de novos amores.
Quem sabe poderemos em sintonia com o Uni-verso, sentirmos novamente a liberdade. As almas querem dançar, cantar, voar.
Quem sabe possamos pintar o quadro de uma nova alma, com o azul perfeito do céu, o verde das árvores, nos inspirando no canto dos passarinhos.?

"DA CRIANÇA DE 5 ANOS ATE MIM, E APENAS UM PASSO...
(Leon Tolstoi)
Arlete Travasso Costa


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